Menina, que estás à varanda,
Vem comigo dançar o samba,
Neste palco de luz tremida,
A que nós chamamos vida!
Vem, vem depressa sem vacilar,
Pois o mundo há-de acabar;
Para muitos já se extinguiu,
Decerto, outra luz lhes sorriu.
Eu sei que adoras sambar,
O teu rosto alegre é prova;
Salta comigo... vem balançar!
Valeu a pena te interpelar;
Da forma como tu danças,
Não podia armar melhor par!
Sunday, 16 August 2009
Monday, 22 October 2007
Manto de Neve
Caminhei. Parei. Voltei.
O vento fustigava
O meu rosto; condenei
O vapor que nevava.
Reconsiderei. Virei.
Retomei o caminho.
Desta vez não hesitei,
Só descansei no cimo.
A paisagem sublime
Valera o empenho
De subir o declive.
Enregelava. Vim-me
Embora. Que desenho!
Que magnifico filme!
O vento fustigava
O meu rosto; condenei
O vapor que nevava.
Reconsiderei. Virei.
Retomei o caminho.
Desta vez não hesitei,
Só descansei no cimo.
A paisagem sublime
Valera o empenho
De subir o declive.
Enregelava. Vim-me
Embora. Que desenho!
Que magnifico filme!
Inverno
A chuva não parava.
Caía, persistente.
Eu, já desesperava,
Tolhia-me a mente!
Pela fresta, olhava
O bosque resistente
Ao vento e à chuva,
Fitando-os de frente.
Queria o céu azul,
Mais o sol soalheiro,
E uma brisa de sul.
Demorei a ter isso.
Sempre o aguaceiro!
Por fim, desfrutei disso.
Caía, persistente.
Eu, já desesperava,
Tolhia-me a mente!
Pela fresta, olhava
O bosque resistente
Ao vento e à chuva,
Fitando-os de frente.
Queria o céu azul,
Mais o sol soalheiro,
E uma brisa de sul.
Demorei a ter isso.
Sempre o aguaceiro!
Por fim, desfrutei disso.
Conduzir
O carro passou sem parar,
Na sua marcha triunfal,
Parecendo querer voar,
Calculando ser imortal!
De nada serviu o sinal
Que o forçava a deter,
Sabia que fazia mal,
Todavia, fingiu não ver.
Por demasiadas vezes
Conduzimos com desleixe,
Ignorando os Portugueses
Que são vitimas, em feixe.
Chamar às nossas estradas:
- Enorme cemitério!
Sim, muitas vidas tiradas...
Não se age a sério!
Amiúde, o asfalto
É o carrasco malvado,
Que abate sem compaixão
Famílias, como gado!
Não sofre só o culpado,
Nesta guerra indecente,
Pois, também é apanhado,
Por vezes, o inocente.
Temos que tentar dominar
A excessiva abstracção;
Conter a pressa de chegar,
Conduzindo com precaução.
Quando vamos ao volante
Empunhamos uma arma,
Que para obstar que mate,
Necessitamos ter calma.
Na sua marcha triunfal,
Parecendo querer voar,
Calculando ser imortal!
De nada serviu o sinal
Que o forçava a deter,
Sabia que fazia mal,
Todavia, fingiu não ver.
Por demasiadas vezes
Conduzimos com desleixe,
Ignorando os Portugueses
Que são vitimas, em feixe.
Chamar às nossas estradas:
- Enorme cemitério!
Sim, muitas vidas tiradas...
Não se age a sério!
Amiúde, o asfalto
É o carrasco malvado,
Que abate sem compaixão
Famílias, como gado!
Não sofre só o culpado,
Nesta guerra indecente,
Pois, também é apanhado,
Por vezes, o inocente.
Temos que tentar dominar
A excessiva abstracção;
Conter a pressa de chegar,
Conduzindo com precaução.
Quando vamos ao volante
Empunhamos uma arma,
Que para obstar que mate,
Necessitamos ter calma.
Saturday, 5 May 2007
Aflição
Dei comigo a correr
Sem compreender porquê,
Num caminho a descer
Semelhante a um vê.
Corria o mais que podia,
Com um empenho enorme,
Mas de nada me valia,
Mesmo usando uniforme!
Quando olhei para trás,
Nem queria acreditar,
Vinha a todo o gás,
Um homem a praguejar.
Corria atrás de mim,
Em grande velocidade,
Pensei que era o meu fim,
Apesar da pouca idade.
Fiz um grande esforço
Para o reconhecer,
Quase caía num poço,
O que me fez estremecer.
Tentei mudar de direcção
Para enganar o sujeito,
De nada valeu a acção,
Eu estava mesmo feito!
Sufocava-me a aflição!
As pernas ficavam presas,
Não obedeciam à razão,
Eu estava sem defesas!
Então... acordei de repente!
Não passava de um sonho!
Latejava-me a mente!
A medo… abri só um olho!
Sem compreender porquê,
Num caminho a descer
Semelhante a um vê.
Corria o mais que podia,
Com um empenho enorme,
Mas de nada me valia,
Mesmo usando uniforme!
Quando olhei para trás,
Nem queria acreditar,
Vinha a todo o gás,
Um homem a praguejar.
Corria atrás de mim,
Em grande velocidade,
Pensei que era o meu fim,
Apesar da pouca idade.
Fiz um grande esforço
Para o reconhecer,
Quase caía num poço,
O que me fez estremecer.
Tentei mudar de direcção
Para enganar o sujeito,
De nada valeu a acção,
Eu estava mesmo feito!
Sufocava-me a aflição!
As pernas ficavam presas,
Não obedeciam à razão,
Eu estava sem defesas!
Então... acordei de repente!
Não passava de um sonho!
Latejava-me a mente!
A medo… abri só um olho!
Dias difíceis
Eu, por natureza alegre,
Sendo raríssimo que quebre,
Hoje, sinto-me perdido,
Parece que fui mordido!
Foi uma cobra terrível,
Que é quase invencível,
Cujo veneno se espalhou,
E já nem enxergo quem sou!
Perdi a minha identidade,
Apesar de já ter idade
De facilmente me distinguir,
E saber qual caminho seguir.
Existem alturas na vida,
Em que ela nos castiga,
Parece nos querer testar,
Ver se conseguimos lutar.
Estou a ser penalizado
Por não me ter adaptado
A esta nossa sociedade
De elevada velocidade.
Onde se perdem os valores,
Limitando-nos a ser actores,
Ignorando os sentimentos,
Optando pelo fingimento.
Porém, nada está perdido,
Apesar de estar ferido!
Amanhã, é um novo dia,
Vou continuar a travessia.
Buscar o antídoto milagroso,
Pois eu mostro ser corajoso,
E sei onde o devo procurar;
Mas... quando o vou encontrar?
Sendo raríssimo que quebre,
Hoje, sinto-me perdido,
Parece que fui mordido!
Foi uma cobra terrível,
Que é quase invencível,
Cujo veneno se espalhou,
E já nem enxergo quem sou!
Perdi a minha identidade,
Apesar de já ter idade
De facilmente me distinguir,
E saber qual caminho seguir.
Existem alturas na vida,
Em que ela nos castiga,
Parece nos querer testar,
Ver se conseguimos lutar.
Estou a ser penalizado
Por não me ter adaptado
A esta nossa sociedade
De elevada velocidade.
Onde se perdem os valores,
Limitando-nos a ser actores,
Ignorando os sentimentos,
Optando pelo fingimento.
Porém, nada está perdido,
Apesar de estar ferido!
Amanhã, é um novo dia,
Vou continuar a travessia.
Buscar o antídoto milagroso,
Pois eu mostro ser corajoso,
E sei onde o devo procurar;
Mas... quando o vou encontrar?
Sociedade II
É muita a pressão
Para se ser normal,
Ás vezes, em vão,
Tudo acaba mal.
Há quem não resista
A tanto condicionalismo,
Por mais que insista,
Encontra sempre o abismo.
Afinal, O que é ser normal?
Não será sermos nós próprios?
Isso seria o mais natural,
E não uma cópia de vários.
Ao moldarmos as nossas mentes,
Deixamos de ser autênticos,
Passamos a estar carentes,
Falta-nos o excesso, o caótico.
Para a sociedade ouvir a nossa voz,
Há inúmeros sacrifícios a suportar,
Abdicamos de um pouco de nós,
Mas ela continua a prosperar.
E é sempre esta luta diária,
Levantar cedo e deitar tarde,
À espera que esta vida precária
Melhore, e achemos a felicidade!
Nunca estamos satisfeitos,
Somos difíceis de contentar,
E perante tais defeitos,
Só nos resta aguentar.
Há que tentar encontrar
O equilíbrio perfeito,
Temos que continuar a lutar,
Pois não há outro jeito.
Para se ser normal,
Ás vezes, em vão,
Tudo acaba mal.
Há quem não resista
A tanto condicionalismo,
Por mais que insista,
Encontra sempre o abismo.
Afinal, O que é ser normal?
Não será sermos nós próprios?
Isso seria o mais natural,
E não uma cópia de vários.
Ao moldarmos as nossas mentes,
Deixamos de ser autênticos,
Passamos a estar carentes,
Falta-nos o excesso, o caótico.
Para a sociedade ouvir a nossa voz,
Há inúmeros sacrifícios a suportar,
Abdicamos de um pouco de nós,
Mas ela continua a prosperar.
E é sempre esta luta diária,
Levantar cedo e deitar tarde,
À espera que esta vida precária
Melhore, e achemos a felicidade!
Nunca estamos satisfeitos,
Somos difíceis de contentar,
E perante tais defeitos,
Só nos resta aguentar.
Há que tentar encontrar
O equilíbrio perfeito,
Temos que continuar a lutar,
Pois não há outro jeito.
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